HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO VIII
Cristianismo

HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO VIII


Idolatria: Principal questão de debate.


726 - IMPERADOR LEÃO III LANÇA CRUZADA CONTRA A IDOLATRIA

Cito Anglin:
“No ano 726, Leão lV, imperador do Oriente, assustado com o progresso dos maometanos, cujo fim cONhecido era exterminar a idolatria e afirmar a unidade de Deus, come¬çou, por interesse próprio, uma cruzada animada contra a adoração das imagens, e o zelo que mostrou nessa nova empresa logo lhe criou o nome de lconoclasta, que significa quebrador de imagens.’
A maneira como o seu primeiro edito foi recebido mos¬trou de que modo o povo se opunha formalmente a esta obra de reformação; e o resultado foi logo uma guerra civil. Quando apareceu um segundo edito de maior alcance, um oficial a quem Leão determinara que destruisse. uma ima¬gem notável do Salvador, foi, na ocasião em que ia cumprir essa ordem, rodeado por uma multidão de mulheres que lhe pediram que deixasse a imagem; ele, contudo, subiu a escada e ia proceder à obra de destruição, mas foi logo deitado da escada a baixo e feito em pedaços. Não se intimi¬dando com isto, Leão puniu imediatamente os autores do crime, e mandando ali outros oficiais para o mesmo fim, a imagem foi deitada a baixo e demolida.
(...)A rebelião que se seguiu foi prontamente abafada no império oriental pelas medidas rápidas e sanguinárias do imperador, que autorizou uma perseguição. Mas os italia¬nos olharam para aquele ato com horror e indignação, e quando receberam ordem para pôr o edito em prática no seu país levantaram-se todos, e declararam que a sua aliança com o imperador estava acabada. Assim teve lugar a separação final entre as igrejas latina e grega. O poder papal estava há muito a espera disto, e Gregório II viu que lera agora chegada a ocasião e aproveitou o quanto pôde a excitação popular. A sua resposta ao edito, é cheia de ameaças e blasfêmias, e abunda em ditos, os mais absur¬dos, e mostra uma ignorância das Escrituras Sagradas que faria vergonha a uma criança cristã. Por uma confusão ex¬traordinária de nomes, confundiu o ímpio Uzias com o pie¬doso Ezequias, dizendo que "o ímpio Uzias sacrilegamente tinha removido a serpente de metal que Moisés fizera, e a despedaçara!" A sua carta não deixa, contudo, de ser inte¬ressante como prova do espírito sedicioso e ar de desafio com que o bispo respondeu ao seu amo imperial, assim como do sentimento do poder político que enchia o peito do altivo eclesiástico. No final de sua carta chega a atrever-se a fazer a falsa afirmação de que a conduta do impe¬rador em abolir a adoração das imagens estava "em con¬tradição imediata com o testemunho unânime dos anciãos e doutores da igreja, e repugna principalmente a autorida¬de dos seis concílios gerais. Esta afirmação provocou a se¬guinte observação de um historiador católico-romano:
"Em nenhum dos concílios gerais se diz uma palavra a res¬peito de imagens ou de adoração a elas, enquanto ao teste¬munho unânime dos anciãos é igualmente falso o que naquela carta se diz". - .
Há outro dito de um papa igualmente absurdo, pois ele afirma que logo que os discípulos viram a Cristo, "apressa¬ram-se a fazer retratos dele, expondo-os por toda a parte, para que, à vista deles, os homens se pudessem converter do culto de Satanás ao serviço de Cristo".
Gregório morreu pouco depois, mas sucedeu-lhe um ou¬tro Gregório, homem de igual zelo e maldade, que convo¬cou um concílio de bispos, no qual foram confirmadas as pretensões arrogantes do seu antecessor.
Excitado pela insolência do papa Gregório lV, o Impe¬rador Leão armou uma esquadra e mandou-a para a costa da Itália, mas uma tempestade reduziu-a a tal estado que teve de voltar para o porto. Tanto o papa como o impera¬dor morreram pouco depois, no ano 741, e podia-se esperar que tudo sossegasse. Mas não foi assim. As idéias icono¬clastas de Leão, passaram, assim como a sua coroa, para seu filho Constantino V, e a cruzada contra o culto das imagens continuou com o mesmo vigor durante o seu rei¬nado de trinta e quatro anos. O imperador que lhe sucedeu no ano 775 também seguiu os mesmos princípios e política, mas o seu reinado foi de pouca duração. Este imperador, Leão IV, foi assassinado por sua mulher, a imperatriz !re¬ne, que tomou as rédeas do governo no ano 780, em nome do seu filho Constantino VI, que era então uma criança de dez anos. Foi este o sinal para uma mudança na política, e a imperatriz, ligando-se com o papa, tomou logo as suas medidas para a restauração do culto às imagens, sendo este passo muito bem recebido tanto pelos padres como pelo povo.” (p. 97)

732 – A BATALHA DE TOURS RESTRINGE O AVANÇO DO ISLÃ;

O avanço do Islã: 636 Síria e Palestina; 642 Alexandria; 646 Mesopotâmia; 697 Cartago; 711 Península Ibérica e parte da Índia;
Império Romano desmantelado pelas Invasões bárbaras;
Igreja era o único poder que Roma possuía, no sentido de estender-se à outros territórios;
Carlos Martelo, rei dos Francos
Cito Curtis:
“Se não fosse Carlos Martela, todos nós poderíamos estar falando árabe e nos ajoelhando na direção de Meca cinco vezes ao dia. Na região de Tours, Carlos Martela e seu exército franco reverteram o imenso poderio dos exércitos islâmicos que varriam o norte da África e já invadiam a Europa. A batalha de Tours foi importantíssima para a civilização ocidental.” (p.70)

756 – A DOAÇÃO DE PEPINO

Pepino III (Pepino, o Breve) era filho de Carlos Martelo, e havia herdado o trono do pai.
Em 754 havia surgido, pelas mão da Igreja, um documento - que hoje sabe-se ter sido forjado - no qual o imperador Constantino haveria, quando da sua mudança para Constantinopla, doado a parte Ocidental do Império Romano à Igreja. Ou seja, segundo este documento o Ocidente passaria a pertencer ao Bispo de Roma. Este documento ficou conhecido como Doação de Constantino.
Os lombardos estavam invadindo todas as terras ao redor de Roma e ameaçando a cidade, ao que o papa Estevão II pediu socorro ao rei dos francos, que atravessou os Alpes afim de socorrer o papa.
Segundo Curtis:
“Seguindo as idéias da Doação de Constantino, o rei franco Pepino III, filho de Carlos Martelo, decidiu tomar Ravena das mãos dos lombardos e a entregou ao papa. Em 765, a doação de Pepino passava às mãos do papa as terras que, mais tarde, seriam conhecidas como Estados papais.” (p.73)


787 – CONCÍLIO DE NICÉIA

Legitimação da Idolatria por parte da Igreja;
Cito Anglin:
“Em 787 foi convocado um concílio em Nicéia (o sétimo e último concílio geral segundo a igreja grega), e foi resolvi¬do que "como a venerável e vivificante cruz, fossem levan¬tadas as veneráveis e santas imagens ... Quer dizer, as ima¬gens do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, da imaculada mãe de Deus, dos anjos principais, e de todos os santos e homens bons. Que essas imagens seriam tratadas como memórias santas, adoradas, beijadas, mas sem especial adoração que é reservada ao Eterno. Qualquer que violar esta provada tradição imemorial da igreja, e procurar re¬mover qualquer imagem à força, ou por astúcia, será de¬posto e excomungado se for eclesiástico; se for monge ou leigo será excomungado". Foi depois votada uma maldição sobre todos os que recusassem obedecer a este decreto blásfemo, e o clero reunido exclamou ao mesmo tempo: "Anátema sobre todos que se comunicam com aqueles que não adoram imagens! Glória sempre e eterna aos romanos ortodoxos, a João de Damasco! Glória sempre e eterna a Gregório de Roma!" Este sétimo e último concílio, diz Dean Waddington, "estabeleceu a idolatria como lei da igreja cristã, e assim se concluiu o edifício da ortodoxia oriental".”

800 – SURGE O SACRO IMPÉRIO ROMANO DE CARLOS MAGNO

Segundo Curtis:
“Embora o papa tivesse recebido territórios, ele nunca alcançou de maneira direta, o controle imperial. Este ficaria nas mãos do filho de Pepino, Carlos Magno.
Ao assumir o trono, 771, Carlos Magno deu início a três décadas de conquistas. Ele expandiu as fronteiras de seu reinado para o leste e, no final do seu reinado, controlava a maior parte da Itália, a Borgonha, a Alemanha, a Bavária e a Turgínia. No lado norte, tinha poder sobre a Saxônia, e a Frísia. (...) Pela primeira vez, considerável parte da Europa possuía liderança estável.
Até o Natal de 800, Carlos Magno possuía o título de “rei”. Naquela data, o papa Leão II o coroou imperador. Mais uma vez, parecia que a Europa Ocidental tinha um imperador para seguir os passos de Constantino.
Carlos Magno levou a sério a idéia de que se tornara um imperador cristão, pois todos os seus despachos oficiais se iniciavam da seguinte maneira: “Carlos, pela vontade de Deus, imperador romano”.”(p.73)



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