Subsídio para EBD - PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO
Cristianismo

Subsídio para EBD - PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO



Pérgamo é uma igreja debaixo da influência da potestade política e religiosa. Éfeso era uma igreja adoecida com a dormência da ortodoxia. Ou seja, faz tudo certo, mas não tem amor. Em Pérgamo, a situação é outra. Há coisas boas acontecendo lá. Há amor se expressando. Mas, falta outra coisa - falta um caráter mais definido nesse amor.
A cidade de Pérgamo era antiga em relação ao momento no qual essa igreja começou ali. A palavra Pérgamo vem de purgos, que significa: torre, castelo, fortificação. E foi durante muito tempo, a cidadela protetora de Troia. Pérgamo era uma importante cidade como província romana da Ásia, e foi feita como doação do seu último rei Átalo para os romanos em 133 a.C, quando ele estava morrendo. E Átalo faz essa doação da cidade aos romanos porque os romanos tinham o poder. O povo não tinha outra escolha. É um caso interessante esse: ver uma cidade inteira sendo doada. Parece que os cidadãos são bois, objeto, propriedade de alguém, que dá ou toma. Isso só num regime de tirania e poder.

Então Pérgamo, virou um grande centro de culto ao imperador romano, Augustus; além de ter templos importantes dedicados a divindades do panteão grego-romano, como Zeus, Atenas, Asclépio, que é o deus-serpente da medicina. Uma medicina que até hoje no Ocidente carrega aquela simbolização do Asclépio, a serpente, e que obviamente não é mais aquela medicina grega, que estava muito mais para um esoterismo médico.
Além disso, Pérgamo deu origem ao nome pergaminho, que lá era produzido como papel muito bem feito e sofisticado.

Por se recusarem a participar das práticas idólatras e imorais predominantes em Pérgamo, os cristão foram vitimados pela perseguição e pelo martírio, como foi o caso de um discípulo citado na carta por nome de Antipas. Foram injustamente acusados de infidelidade a Roma, escarnecidos e ridicularizados. Enfrentavam constantemente as pressões de uma sociedade pagã. Eram evitados por se negarem a participar da adoração pagã, perdiam o emprego ou negócio. Eram considerados pelas pessoas como indignos de viver em Pérgamo.  A resistência satânica era muito grande contra aquela igreja.

Em relação ao chamado “trono de satanás”, os estudiosos indicam cinco possibilidades:
- A própria cidade como centro da religião pagã; o aspecto arquitetônico da acrópole; o formato do altar de Zeus; o deus Asclépio (da cura) que tinha a forma de serpente (símbolo da medicina); e o fato de Pérgamo ser o centro do culto ao imperador.

A doutrina de Balaão
"Tenho todavia, contra ti, algumas coisas. Pois tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão". Quando a gente lê o livro de Números, vê que Balaão é aquele que foi chamado lá da Mesopotâmia. Portanto, ele não era hebreu. Era uma espécie de profeta-mago, que foi convidado para vir amaldiçoar o povo de Israel. Balaque, rei dos moabitas, o contrata para fazer essa mandinga, esse despacho, esse trabalho. Para jogar um encosto coletivo, usando as linguagens "evangélicas" de hoje. Um dia essas linguagens já foram ameríndias, agora vejam só, virou evangélica! Mal sinal, pois significa que a gente está virando povo de Balaão! Os nossos profetas, estão mais para Balaão do que qualquer outra coisa.

Aí, o poder político, o rei de Moabe, contrata Balaão e ele fica alucinado com a promessa de ganhar riquezas e poder. " A gente vai de dar muito dinheiro e só subir no palanque e decretar que o nosso lado vai vencer!" Eu pergunto: você já viu esse filme em algum lugar recentemente?
Só que ao subir as campinas de Moabe e ter a visão do povo de Israel acampado, em vez de amaldiçoar, ele abençoa o povo israelita em três tentativas, para desespero do rei Balaque.

O texto de Apocalípse, porém insinua que provavelmente, a saída de Balaão até o povo de Israel, pode ter sido um acordo dele com Balaque, para se introduzir no meio do povo hebreu e de forma sutil e diabólica ser uma maldição lá dentro. Ele deve ter chegado e disse: 'Olha, vocês são maravilhosos. Contra vocês não há encantamento, pois eu fui contratado para fazer uma mandinga, mas da minha boca só saia benção". E o povo acreditou. Uma das coisas mais diabólicas que existe é o triunfalismo espiritual. Podem até soar bonitas, mas não se parecem com o Espírito de Jesus de Nazaré.

Após conseguir ganhar o povo, ele começou a jogar suas cascas de bananas, dizendo: "Olha, vocês são povo maravilhoso e poderoso, mas eu acho que não estão sabendo usufruir o poder que têm". Lá em Moabe tem umas mulheres lindas!" Foi quando ele induziu os homens de Israel, a virarem "pegadores no sentido moderno", começando a sair com as mulheres de Moabe. Induziu a promiscuidade dentro do próprio acampamento de Israel. De tal modo, que a maldição que ele não conseguiu jogar lá do Monte, ele conseguiu fazê-lo de dentro.

A espiritualidade seduzida pela ganância do poder e que negocia a alma com o poder é a doutrina de Balaão. E isso, em si mesmo já é prostituição. Começa como prostituição espiritual, como sedução pelo poder, como avidez por ter e ganhar, e acaba se transformando em prostituição na prática.

Jesus no final da carta faz promessas ao vencedor que perseverar e aquele que em si mesmo vive o processo de arrependimento. Aquele que vive num processo de conversão cotidiana, de renovação de mente, não se conforma com esse século. Não se conformar com esse século não tem nada a ver com os legalismos e exterioridades da igreja. Tem a ver com a mente que não para de checar, de abrir os pacotes, que não assume que as coisas dadas por Deus, são de Deus só porque são embaladas "nome de Jesus". Entende antes, que até o diabo embala coisas em nome de Jesus. Ao vencedor se promete um mergulho profundo num sustento que vem de Deus.

Eu acho extraordinário isso, porque num lugar onde o poder político é tudo, o que as pessoas querem é sobrevivência. Elas negociam a alma com o poder político para sobreviver. Aí vem Jesus e diz: "Olhe, não se preocupe com a sobrevivência porque eu vou dar para você o maná escondido". 

Bibliografia: Fábio, Caio, O apocalipse das Igrejas, Abba Press, 2009.





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