Subsídio para EBD - A queda da raça humana
Cristianismo

Subsídio para EBD - A queda da raça humana


 
Um assunto que não se pode furtar a comentar nessa lição é sobre a origem do pecado. São os mais diversos, os conceitos que ao longo da história surgiram acerca da origem do pecado no mundo. Irineu, bispo de Lyon, na Asia Menor (130-208), foi, talvez, o primeiro dos Pais da Igreja Antiga a assegurar que o pecado no mundo se originou da transgressão voluntária de Adão no Éden.

Muitas outras opiniões quanto ao assunto surgiram desde então. Por exemplo, os gnósticos ensinavam que o contato da alma com a matéria era que a fazia imediatamente pecadora. Esta teologia, despojou o pecado do seu caráter voluntário e ético, como o é apresentado nas Escrituras.

Os ensinos da Igreja do Ocidente quanto à origem do pecado tiveram seu ponto mais alto na pessoa de Agostinho que viveu entre 354 a 420 da nossa era e foi bispo de Hipona, no norte da África. ele insistiu no ensino de que em Adão nos encontramos culpados e maculados. Os teólogos chamados semi-pelagianos, admitiam que a mancha do pecado, e não o pecado mesmo, é que era causado pelo relacionamento, humanidade - Adão. Durante a Idade Média, o que se cria a respeito do assunto era uma mistura de agostinismo e pelagianismo. Os reformadores, particularmente, comungaram do ensino de Agostinho.

Mas, como adquiriu o homem essa natureza pecaminosa? O que a Bíblia nos diz acerca disso? Para responder a estas perguntas devemos considerar o seguinte:

1- Deus não é o autor do pecado - Evidentemente Deus na onicisciência já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do homem. Porém, deve-se ter cuidado para, ao fazer essa interpretação, não fazer de Deus a causa ou o autor do pecado. Esta idéia está excluída da Bíblia conforme Jó 34:10. Deus é santo (Is 6:3) e nele não há nenhuma injustiça (Dt 32:4; Sl 92:15).

2- A origem do pecado foi angelical - Se queremos conhecer a origem do pecado devemos ir além da queda do homem, descrita em Gênesis 3, e por a nossa atenção em algo que aconteceu no mundo dos anjos.

Deus criou os anjos como seres dotados de relativa perfeição; porém, Lúcifer e legiões deles se rebelaram contra Deus, pelo que caíram em terrível condenação. O tempo exato dessa queda não é dado a conhecer na Bíblia, porém em João 8:44, Jesus fala do Diabo como aquele que é homicida desde o princípio; e em I João 3:8, diz que o Diabo peca desde o princípio. Muito pouco se diz a respeito do pecado que ocasionou a queda dos anjos; mas, Paulo adverte Timóteo para que não seja designado nenhum neófito como bispo, "para não suceder que se ensoberbeça e caia na condenação do diabo" I Tim 3:6, conclui-se que o pecado do anjo rebelde tenha sido a soberba e o desejo de se tornar igual a Deus.

3 - A origem do pecado na raça humana - A Bíblia ensina que a origem do pecado na raça humana foi a transgressão voluntária de Adão no Éden. O homem deu ouvido à insinuação do tentador, de que, se colocasse em oposição a Deus, se tornaria um igual a Deus. Tomando do fruto que Deus proibira, Adão caiu, abrindo a porta de acesso ao pecado no mundo. Ele não somente pecou, como também se tornou servo do pecado: Rm 5:12,18,19.

O primeiro pecado do homem consistiu em haver Adão comido da árvore do conhecimento do bem e do mal, em desacato à ordem do Senhor: Gn 2:17. Ignoramos a razão porque essa árvore é chamada de "árvore do conhecimento do bem e do mal"; porém, segundo uma idéia muito comum, ela se chama assim pelo fato de que o homem, comendo dela, adquiriria conhecimento prático do bem e do mal. Berkhof diz na sua "Teologia Sistemática" que esta idéia dificilmente pode se harmonizar com o registro bíblico, quando este afirma que o homem, ao comer dela se tornaria igual a Deus quanto ao conhecimento do bem e do mal, posto que Deus não comete o mal, portanto não tem conhecimento prático dele. Quanto a isso, o mesmo Berkhof é da opinião de que parece muito mais aceitável de que essa árvore se chamava assim pelo fato que ela estava destinada a revelar: a) o estado futuro do homem seria bom ou mal; b) se o homem permitiria que Deus determinasse em seu lugar o que era bom ou mau; ou se o homem empreenderia determiná-los por si mesmo.

Após a queda, o homem conserva a imagem de Deus, embora, não mais reflita a glória do Criador com toda a intensidade do seu brilho e esplendor.

A teologia sistemática reformada desdobra a ação salvadora de Deus apontando para o que Deus fez por nós na vida e obra do seu Filho unigênito Jesus Cristo. Além desse, outro caminho não há, pois “não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”, (At 4:12).

Vemos assim, que a salvação não é realidade que acidentalmente se manifesta na História, mas realidade presente no plano eterno de Deus salvívico, assegurado antes da fundação do mundo (Ef 1:4). No texto de Gênesis 3:15, o evangelho da redenção é pré-anunciado nas palavras proféticas acerca da encarnação do Filho Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo ao falar da restauração da imagem de Deus no homem, diz: “E todos nós com o nosso rosto desvendado,contemplando como por espelho, a glória do Senhor,somos transformados de glória em glória, como pelo Espírito do Senhor”, 2 Cor. 3:18.


 



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