Comentários de Marcos 1
Cristianismo

Comentários de Marcos 1


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Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
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1. Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2. Como está escrito nos profetas: 
Eis que eu envio meu mensageiro diante de tua face, que preparará teu caminho diante de ti.
3. Voz do que clama no deserto: 
Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas.
4. João estava batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento para perdão dos pecados.
5. E saía até ele toda a província da Judeia, e os de Jerusalém; e eram todos batizados por ele no rio Jordão, confessando seus pecados.
6. E João andava vestido com [roupa de] pelos de camelo, e com um cinto de couro ao redor de sua cintura; e comia gafanhotos e mel do campo.
7. E pregava, dizendo: 
Após mim vem o que é mais forte que eu; ao qual eu não sou digno de me abaixar [para] desatar a tira de suas sandálias.
8. Eu bem vos tenho batizado com água, mas ele vos batizará com Espírito Santo.
9. E aconteceu naqueles dias, que veio Jesus de Nazaré, da Galileia, e foi batizado por João no Jordão.
10. E logo, saindo da água, viu os céus se abrirem, e ao Espírito, que como pomba descia sobre ele.
11. E ouviu-se uma voz dos céus, [que dizia]: 
Tu és meu Filho amado, em quem me agrado.
12. E logo o Espírito o conduziu ao deserto.
13. E esteve ali no deserto quarenta dias, tentado por Satanás; e estava com as feras, e os anjos o serviam.
14. E depois que João foi entregue [à prisão], veio Jesus para a Galileia, pregando o Evangelho do Reino de Deus;
15. E dizendo: 
O tempo é cumprido, e o Reino de Deus está perto; arrependei-vos, e crede no Evangelho.
16. E andando junto ao mar da Galileia, viu a Simão, e a André seu irmão, que lançavam a rede ao mar (porque eram pescadores);
17. E disse-lhes Jesus: 
Vinde após mim, e farei serdes pescadores de gente.
18. E deixando logo suas redes, o seguiram.
19. E passando dali um pouco mais adiante, viu a Tiago [filho] de Zebedeu, e a João seu irmão, que [estavam] no barco, consertando suas redes.
20. E logo os chamou; e eles deixando a seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram após ele.
21. E entraram em Cafarnaum; e logo no sábado, entrando na sinagoga, ensinava.
22. E espantavam-se de sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.
23. E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, e clamou,
24. Dizendo: 
Ah, que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Bem sei quem és, o Santo de Deus.
25. E Jesus o repreendeu, dizendo:
Cala-te, e sai dele.
26. E o espírito imundo, fazendo convulsão nele, e clamando com grande voz, saiu dele.
27. E de tal maneira se espantaram todos, que perguntavam entre si, dizendo: 
Que é isto? Que nova doutrina é esta? Com que poder ele manda até aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem?
28. E logo sua fama saiu por toda a província do redor da Galileia.
29. E saindo logo da sinagoga, vieram à casa de Simão, e de André, com Tiago e João.
30. E a sogra de Simão estava deitada com febre, e logo lhe disseram sobre dela.
31. Então ele, chegando-se a ela, tomou-a pela mão, e a levantou; e logo a febre a deixou, e ela os servia.
32. E vinda a tarde, quando já o sol se punha, traziam-lhe a todos os que se achavam mal, e aos endemoninhados.
33. E toda a cidade se juntou à porta.
34. E curou a muitos, que se achavam mal de diversas enfermidades; e expulsou muitos demônios; e não deixava os demônios falarem, porque o conheciam.
35. E levantando-se de manhã muito [cedo], ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36. E o seguiu Simão, e os que [estavam] com ele;
37. E achando-o, disseram-lhe: 
Todos te buscam.
38. E ele lhes disse: 
Vamos para as aldeias vizinhas, para que eu também pregue ali, porque para isso eu vim.
39. E pregava em suas sinagogas por toda a Galileia, e expulsava aos demônios.
40. E veio um leproso a ele, suplicando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo-lhe: 
Se quiseres, tu podes me limpar.
41. E Jesus, comovido de íntima compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: 
Quero; sê limpo.
42. E havendo ele dito [isto], logo a lepra saiu dele, e ficou limpo.
43. E advertindo-o, logo o despediu de si.
44. E disse-lhe: 
Olha que não digas nada a ninguém; mas vai, mostra-te ao Sacerdote, e oferece por tua limpeza o que Moisés mandou, para que lhes haja testemunho.
45. Mas tendo ele saído, começou a anunciar muitas coisas, e a divulgar a palavra [sobre o que acontecera]; de maneira que [Jesus] já não podia entrar publicamente na cidade; mas estava fora em lugares desertos, e [pessoas] de todas as partes vinham até ele.




1.4 batismo de arrependimento. O arrependimento era um requisito necessário para o batismo de João. V. nota em Mt.3:6 e Mt.3:7.

1.5 todos. Os do povo. Os fariseus e os mestres da lei se recusavam a ser batizados por João (Lc.7:30), porque não acreditavam nele (Lc.20:5).

1.5 confessando os seus pecados. V. nota em Mt.3:6.

1.6 comia gafanhotos. Embora houvessem alguns insetos que eram considerados impuros pela lei, o gafanhoto fazia parte dos que podiam ser comidos (Lv.11:22).

1.8 ele vos batizará com Espírito Santo. V. nota em Mt.3:11.

1.9 foi batizado por João no Jordão. O batismo representava o arrependimento, o perdão dos pecados e uma vida regenerada dali em diante, e Jesus já era perfeito e sem pecado. Consequentemente, ele não “precisava” ser batizado, no mesmo sentido que nós precisamos. O fato de Jesus querer ser batizado causou espanto até em João Batista (Mt.3:14), mas há razões pelas quais Jesus decidiu ser batizado. Primeiro, para servir deexemplo para os demais, visto que nesta vida devemos andar como ele andou (1Jo.2:6). Segundo, para honrar e legitimar o ministério de João, como o “Batista”. Terceiro, para simbolizar sua morte e ressurreição, não sua morte para os pecados e ressurreição para uma vida espiritual renovada (como ocorre entre os cristãos – Cl.2:12), mas sua morte física e sua ressurreição corporal. Por fim, no batismo Jesus recebeu a aprovação do Pai e a unção do Espírito (v.11), que seriam fundamentais para vencer as tentações que viriam logo em seguida (v.13).

1.10 Espírito, que como pomba descia sobre ele. V. nota em Mt.3:16. Aqui vemos a presença das três pessoas da trindade: O Pai (que fala), o Filho (que é batizado) e o Espírito Santo (que desce como pomba).

1.13 Jesus sofreu perigos físicos (com as feras do campo) e tentações espirituais (com Satanás), mas contava com proteção divina (os anjos) e se consagrava (pelo jejum) para estar preparado para aquele momento. Marcos não descreve todas as tentações, como fazem Mateus e Lucas (v. notas em Mt.4:1, 4:3, 4:4, 4:6, 4:7, 4:9 e 4:10).

1.15 o Reino de Deus está perto. V. nota em Mt.5:5. arrependei-vos. V. nota em Mt.3:2.

1.17 farei serdes pescadores de gente. V. nota em Mt.4:19.

1.24 vieste para nos destruir? Em Mt.8:29, um demônio antecipa que, em um tempo futuro, seria atormentado. Aqui, outro demônio afirma que seria destruído. As duas coisas não são contraditórias, mas complementares. Satanás será atormentado no geena junto aos ímpios condenados, pelo tanto correspondente aos seus delitos, e por fim será definitivamente destruído no lago de fogo, que é a segunda morte (v. nota em Ap.20:14). A Bíblia diz que Satanás será consumido (Ez.28:18), reduzido às cinzas no chão (Ez.28:18), que chegará ao fim (Ez.28:19), que não mais existirá (Ez.28:19) e que será um cadáver a ser pisoteado (Is.14:19).

1.30 sogra de Simão. V. nota em Mt.8:14.

1.34 não deixava os demônios falarem. Que grande contraste com os pastores neopentecostais, que fazem até longas entrevistas com os demônios! Jesus os expulsava “com uma palavra” (Mt.8:16).

1.44 não digas nada a ninguém. Para que ele pudesse prosseguir normalmente com seu ministério, sem impedimento humano. Quando o leproso saiu contando a todo mundo que Jesus o curou, multidões vieram até ele atraídas apenas pelos milagres, de modo que “Jesus não podia entrar publicamente em nenhuma cidade” (v.45).



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