Ainda sobre o divórcio e novo casamento
Cristianismo

Ainda sobre o divórcio e novo casamento



 
São várias questões levantadas sobre divórcio e novo casamento que não foram contempladas na postagem anterior.
 
Em que momento o casamento é desfeito? Após a morte somente, ou após o divórcio? E, se desfeito, os irmãos estão livres para casar, ou devem permanecer sozinhos.
 
Os mais extremistas acreditam que não pode haver divórcio em nenhuma situação: “Se foi traído, perdoe e reconcilie. Se foi abandonado, fique sozinho. Se sofre agressão física em casa, tenha fé que o conjugue um dia vai ser transformado, enquanto isso, agüente firme as pancadas!”
 
Outros um pouquinho mais moderados, dizem: “A parte inocente pode divorciar em caso de adultério e abandono, mas casar de novo, não”.

Vale lembrar que o divórcio, nos casos de infidelidade conjugal, não se trata de um imperativo, mas de uma permissão. A parte inocente ou ofendida pode, se assim desejar, entendendo que é o melhor a fazer, perdoar o cônjuge infiel, e contar com a graça de Deus na restauração e manutenção de seu casamento e família.
 
O divórcio é, como no tempo de Jesus, uma solução parcial para uma situação série e cruel e pode ser a única solução razoável. Desastrosos triângulos amorosos, crueldade doméstica, abuso de crianças, homicídio e suicídio (há casos de ocorrências porque a igreja proibia o divórcio), são algumas das consequências documentadas de casamentos que falharam, mas não terminaram. O fracasso nos casamentos vem primeiro, depois o divórcio.
 
Devemos lembrar que Jesus foi questionado se poderia haver divórcio por qualquer motivo, Mateus 19:03. Acredito que além da infidelidade conjugal e deserção obstinada, também pode ser incluído como um terceiro motivo para o divórcio: o abuso ou agressão física. São pessoas que sofrem coisas como, espancamento, assédio moral ou mental, ameaças de morte. Uma verdadeira tortura!
 
Definido as excessões da permissão ao divórcio, vem a segunda questão: pode-se realizar um segundo casamento? Há respaldo bíblico?
 
Sim, acredito que nos três casos acima, infidelidade conjugal, abandono obstinado e agressão física, existe a permissão para um segundo casamento, para a parte inocente.
 
1 - No caso de adultério, conforme, conforme Mateus 5:32: "Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério". O texto diz que cometerão adultério os que se casarem com repudiados de casamento anterior onde não houve adultério. Infere-se que em havendo adultério, existe liberdade para um casamento que não será adulterino, conforme Mateus 19:09: "Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua  mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério".
 
2 - No caso do abandono, Paulo ensina em I Coríntios 7:15: "Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz". Infere-se da passagem que a servidão referida é a de ficar casado com a pessoa que abandona o lar, pressupondo que nesses casos, o crente poderia seguir adiante e casar outra vez. Era de se esperar que Paulo diria algo contra casar outra vez, se fosse esse o caso, mas ele não diz. O que ele foi contra, foi a pessoa crente se separar do descrente, alegando que o outro não era cristão. Nesse caso, ele diz para se reconcilar ou ficar sem casar, I Cor 7:11.
 
3 - A base para o terceiro motivo é o aplicativo ao princípio que Jesus deixa claro que a vida é maior do que o mandamento (Mateus 12:1-12). Na minha opinião é muito farisaísmo e até desumanidade, um líder cristão chegar para uma pessoa que está sendo agredidade é dizer que tem que continuar no relacionamento, ou melhor dizendo na "servidão", I Cor 7:15. A pessoa que é vítima de abuso, além de pedir o divórcio, deve ainda invocar a Lei Maria da Penha para o agressor. 
 
A controvérsia acerca do divórcio no mundo cristão tem sido interminável. Centenas de escritores têm se expressado a respeito, e ele tem sido debatido em concílios e convenções denominacionais há séculos, mas nosso povo ainda continua sem entendê-lo bem.
 
Nos dias atuais, no meio evangélico brasileiro, há inúmeros casos de pastores e de ovelhas que se divorciaram sem se enquadrarem nos casos bíblicos, e que se casaram novamente. Há também as questões práticas que envolvem o divórcio. Sobre isso o pastor Esequias Soares comenta de maneira bastante pertinente, em seu livro, O Divórcio à luz da Bíblia:
 
“O problema do divórcio não se resume ao que temos visto até agora. Há o lado prático, extremamente complexo e, em muitos casos, de difícil conclusão [...]. O Senhor Jesus disse que quem casa com o cônjuge divorciado ou divorciada, que tenha sido a parte infiel no primeiro casamento, comete adultério. Assim ambos estarão em adultério (Mt 19.9; Mc 10.11, 12). Como a Igreja pode receber em comunhão uma pessoa que cometeu adultério, destruiu o próprio lar, depois vem com outro cônjuge pedir a sua reconciliação com a Igreja, visto que à luz da Bíblia ambos estão em adultério? Será que não há reconciliação para situações dessa natureza? A Bíblia nada declara sobre isso. Afirma apenas que eles estão em adultério, mas não diz se a situação é irreversível. Fica difícil generalizar, pois cada caso é um caso. Em situações extremas, cabe ao pastor da Igreja analisar cada situação”.



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