O MÁGICO E O PESCADOR
Cristianismo

O MÁGICO E O PESCADOR


No livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 8, diz que com o apedrejamento de Estevão, e em razão da perseguição que se seguiu, os discípulos que estavam em Jerusalém se dispersaram por toda a Judéia e Samaria, anunciando o Evangelho.
O diácono Felipe, companheiro de Estevão, e que é aquele que também pregou ao Ministro das Finanças da Etiópia, e que o batizou — foi o primeiro a chegar a Samaria e a pregar; fazendo também grandes milagres; o que trouxe grande alegria àquele lugar.
Ora, ali estava certo homem chamado Simão, o qual era respeitado como grande figura, considerado o Grande Poder, e que na História é mencionado por Irineu como realmente tendo tido um expressivo número de discípulos, garantindo que Jesus era a Palavra de Deus, mas que ele, Simão, era o Espírito, o poder do divino, na forma masculina, já que Helena, uma ex-prostituta que era sua mulher e com ele andava, era afirmada por ele como sendo a dimensão do divino no feminino; visto que ela fora uma prostituta, e que agora era uma deusa, mostrando assim que o Espírito tem o poder de incluir a todos. Simão, porém, seria a manifestação mais divina dessa nova “emanação” de Deus.
O livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por Lucas, nos diz que Simão ouviu, viu, creu, foi batizado, e passou a seguir a Pedro, João e Felipe bem de perto — isto porque Pedro e João haviam descido até a Samaria para ver o que estava acontecendo —; ficando extasiado com o fato de ver não somente os milagres, mas ante a constatação de que, os apóstolos impunham as mãos e as pessoas recebiam o dom do Espírito Santo, que se manifestava, para testemunho aos que viam, mediante sinais sensoriais, como o falar em outras línguas.
Foi então que Simão, vendo a sinceridade de tudo, foi tomado pelos seus vícios de alma, pela sua Síndrome de Onipotência e de Lúcifer; pois, percebendo que aquilo era lindo, viu também que, no caso de um homem como ele, deveria se transformar num grande negócio.
Assim, a ganância de Simão venceu sua breve alegria!
Ele, que já havia sido considerado muito grande, e que a si mesmo chamava de “O Grande Poder”, não tendo nada mais importante dentro de si mesmo do que avidez por poder, status e dinheiro —, ofereceu dinheiro a Pedro, para que ele, Simão, também recebesse aquele poder de conceder o Espírito pela imposição das mãos.
Simão ficara impressionado pelo fato de que ele era um mágico do status de um David Cooperfield, e sabia o que era verdadeiro e o que era falso no mundo sobrenatural e da ilusão; posto que ele era um grande mestre da ilusão.
Agora, entretanto, ele via algo sincero e verdadeiro realmente acontecendo. Simão viu no poder do Espírito Santo, um “novo mover”, uma nova chance de renovar o repertório; e algo que não era espetáculo “de um indivíduo” apenas, mas, muito além disso, era um poder que se fazia sentir nos outros — o que certamente daria a ele, Simão, muito mais poder ainda; quem sabe até concedendo-lhe a chance de ter sua própria “igreja”, conforme Irineu mais tarde diria.
“Concede-me também a mim este poder” — pede ele a Pedro, oferecendo-lhe dinheiro como pagamento pela compra da benção.
Pedro diz que o dinheiro dele fosse com ele para a perdição; pois, Deus e Seu dom não estavam à venda. Portanto, afirmava que o mágico não teria parte naquele ministério; pois seu coração era cheio de maldade e que o intento de seu coração era perverso.
Além disso, Pedro enxergou angustia de morte na alma de Simão, ao dizer-lhe que sua alma estava em fel de amargura e laço de iniqüidade; e isto não sem dizer ao ser ganancioso que se arrependesse, na esperança de ser curado de seu vício essencial, de sua Síndrome de Poder.
Simão apavorou-se e pediu que eles, Pedro e João orassem por ele, para que nenhum mal viesse sobre ele.

É de Simão que, vem à designação humana desse pecado, de tentar comprar as bênçãos de Deus. Trata-se do Simonismo ou simonia.
Gente como Simão, não são difíceis de serem encontrados. Eles amam o sobrenatural. Mas eles são viciados na ilusão e na manipulação. Têm Síndrome de Grande Poder. Assim, não se sabe o que lhes acontecerá no coração quando são confrontados pela verdade da sinceridade pura do Evangelho.
Quando Pedro disse “arrepende-te”, obviamente ele estava afirmando uma difícil, porém, real possibilidade. Pedro, entretanto, nos diz como a alma de Simão estava. O que havia nele era fel de amargura e laço de iniqüidade.
Fel de amargura equivale à mágoa e complexo de inferioridade. Daí ele querer poder; e mais que isto: chamava-se de O Grande Poder.
Já o laço de iniqüidade é o “estado mental reprovável”; e que é um processo vicioso de pensar, ver e sentir.

Simão, o mágico, foi convencido de um poder maior, mas não convertido. Ele quis comprar o dom de Deus. Vivemos na era da teologia da prosperidade, as pessoas são ensinadas a barganhar com Deus: "Se o Senhor me conceder isso, eu dou aquilo". Há um misticismo terrível, e isso num país como o Brasil, já carrega um apelo chamativo muito grande.
Se Lutero vivesse hoje, estaria querendo fazer uma nova reforma. Se Jesus estivesse, realizando seu ministério terrestre hoje, diria que nem reforma, dá mais: "Não se coloca vinho novo, em odres velhos, não se põe remendo novo em roupa velha".
Se Simão tivesse se convertido nos nossos dias, não levaria repreensão como ganhou de Pedro, mas viraria celebridade evangélica, vendendo seu testemunho por aí.
Jesus disse que os sinais seguirão os que crêem, mas, o povo atualmente faz o contrário, corre atrás de sinais.



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_________________________________________________________________ Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação._________________________________________________________________...

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