HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO VI
Cristianismo

HISTÓRIA DA IGREJA NO SÉCULO VI


529 – BENTO ABRE SEU MOSTEIRO
Havia tempos o monastecismo vinha se fortalecendo.
Cito Anglin:
“Até o fim do VII século, estas instituições, espalhadas por toda parte, estavam debaixo das ordens dos bispos; e os monges, apesar da grande fama de que gozavam e de se estarem tornando muito ricos, eram apenas considerados como leigos pela igreja. Leão I proibiu-os expressamente de exercerem qualquer cargo sacerdotal, ou mesmo de se¬rem ensinadores do povo;”
Bento derruba templo pagão e no lugar ergue um mosteiro;
Fortaleza Espiritual;
Comunidade Auto-controlada;
Comunidade Auto-suficiente (saída contra a servidão feudal). Fabricavam suas próprias roupas, plantavam sua comida, faziam sua mobília, etc)
Princípios básicos: Voto de pobreza; Voto de Castidade; Voto de Obediência;
Bento cria sua regra para a vida monástica;
Cito Curtis:
“A adoração desempenhava papel muito grande na vida monástica. Aregra de São Bento prescrevia sete cultos por dia, incluindo-se um culto de vi¬gília que acontecia às duas horas da manhã, considerado muito importan¬te. Cada culto tinha cerca de vinte minutos e consistia praticamente da recitação de salmos.
Além da adoração pública, os mon¬ges tomavam parte em devoções pes¬soais: leitura da Bíblia, meditação e oração. Embora muitos acusassem as comunidades monásticas de se afas¬tarem do mundo, os monges sempre oravam por quem estava fora de seus muros.
"O ócio é o inimigo da alma", de¬clarava a Regra. Assim, todos os mon¬ges tinham de tomar parte no traba¬lho manual, incluindo a preparação de alimentos.
Embora essa vida de trabalho, ora¬ção e adoração possa parecer tediosa, foi uma tentativa de criar uma vida ordeira sem ir a estremos.
Bento também tentou disponibi¬lizar a vida santa aos seres humanos comuns. Em sua regra, escreveu: "Se parecemos muito severos, não se as¬suste e não saia correndo. A entrada para o caminho da salvação deve ser estreita. Contudo, conforme você progride na vida da fé, o coração se expande e anda mais rápido com a doçura do amor por todas as veredas dos mandamentos de Deus".
Vivendo em uma era cruel e ins¬tável, o monasticismo beneditino for¬neceu refúgio aos que eram sensíveis à religião.”


527 – 565 – JUSTINIANO É IMPERADOR
Luta pela unificação da Igreja;
Combate Heresias;
Fechou escolas de filosofia;
Expulsou pagãos dos cargos públicos;
Editou novas leis gerais para o Império;
Era um grande estudioso da Palavra, vivia fechado em salas estudando as escrituras até a alta madrugada;
Vivia vida regrada, na maior parte do tempo;
Casou-se com Teodora, mulher de índole discutível. Com certeza um mal exemplo de mulher, apesar de bela;
Cito Durant, Idade da Fé:
“ Sem discutirmos seu passado, vemos que Teodora se tornara uma matrona cuja ho¬nestidade, como imperatriz, ninguém contestava. Era ávida por dinheiro, cedia, de vez em quando, a suas explosões de cólera e, vez por outra, tecia suas intrigas para conseguir objetivos opostos aos de Justiniano. Dormia muito, apreciava boas iguarias e bons vinhos, gostava de jóias e de uma vida luxuosa e cheia de ostentação e passava muitos meses do ano em seus palácios à beira-mar. Justiniano mostrava-se sempre apaixonado por ela, e com paciência filosófica suportava-lhe a interferência em seus planos. Dera-lhe direitos de soberano teoricamente iguais aos seus, não podia, por is¬so, queixar-se por exercê-los ela à sua vontade. Teodora participou ativamente da di¬plomacia e da política eclesiástica, nomeou e demitiu papas e patriarcas e depôs seus inimigos. Anulava, às vezes, as ordens do marido, na maioria dos casos com vanta¬gens para o Estado.11 Sua inteligência quase se igualava a sua força. Procópio acusa-a de crueldade para com os adversários, dizendo que os atirava em calabouços e que ha¬via assassinado alguns deles, acrescentando que estavam fadados a desaparecer sem deixar traços os homens que a ofendiam, à semelhança do que acontece com certos políticos de nosso século. Mas ela sabia ser magnânima também. Protegeu durante dois anos o patriarca Antêmio que havia sido exilado por Tustiniano devido a uma heresia, ocultando-o em seus próprios aposentos. Talvez ela tivesse sido demasiado complacente para com os adultérios da esposa de Belisário; contrabalançou isso cons¬truíndo um belo convento para as prostitutas que se haviam regenerado, dando-lhe o nome de "Convento do Arrependimento". Algumas das jovens arrependiam-se da¬quela nova vida que ela lhes oferecia, fugia através das janelas, horrivelmente enfa¬dadas. Teodora assumia Interesse verdadeiramente maternal pelos casamentos de suas amigas, arranjara muitos deles e, às vezes, impunha o casamento corno condição para promoção na corte. Corno se podia esperar, tornou-se, na velhice, urna guardiã muito severa da moral pública.
Interessou-se, no fim, pela teologia'e travou muitas discussões com o marido sobre a natureza de Cristo. justiniano esforçou-se por unir a Igreja do Oriente à do Ociden¬te, pois achava indispensável para a unidade do Império que houvesse espírito de união entre as Igrejas. Contudo, Teodora não podia compreender a doutrina das duas naturezas em Cristo, embora não levantasse dificuldades sobre a que se referia às três pessoas em Deus. Adotou a doutrina monofisita, percebendo que, nesse ponto, o Oriente não cederia ao Ocidente e achou que o poderio e a sorte do Império jaziam mais nas ricas províncias da Ásia, Síria e Egito do que nas províncias ocidentais, que haviam ficado arruinadas pelo barbarismo e pelas guerras. Suavizou a intolerância or¬todoxa de justiniano, protegeu os hereges, desafiou o papado, encorajou, em segre¬do, a criação de urna Igreja monofisita livre no Oriente e, com isso, combateu tenaz e inexoravelmente o imperador e o papa.”
Monofisismo, a heresia do período;
Cito Durant, Idade da Fé:
“O Monofisismo que defendia apaixonadamente a doutrina de uma única natureza em Cristo havia-se tornado no Egito quase tão numeroso quanto os católicos. Tinha progredido tanto em Alexandria que, por sua vez, ficou dividida em monofisitas or¬todoxos e heterodoxos. As duas facções travavam lutas nas ruas e nisso eram auxiliadas pelas mulheres, que dos telhados arremessavam setas e dardos contra os adversários. As forças do imperador instalaram um bispo católico na diocese de Atanásio; o seu primeiro sermão foi recebido com uma saraivada de pedras pela população, a qual foi massacrada in situ pelos soldados imperiais. Enquanto o catolicismo controlava o episcopado de Alexandria, ia-se espalhando a heresia pelos campos; os camponeses não davam atenção aos decretos do patriarca, tampouco às ordens do imperador, e o Egito já estava quase perdido para o Império um século antes da chegada dos árabes.
Nessa questão, como em muitas outras, a persistente Teodora acabava sempre do. minando o vacilanteJustiniano. Ela teceu suas intrigas com Virgílio, um diácono ro• mano, para nomeá•lo papa se ele fizesse certas concessões aos monofisitas. O Papa Silvério foi arrancado de Roma por Belisário (53 7) e exilado para a ilha de Palmária, onde logo morreu em virtude dos maus tratos que recebeu. Virgílio foi então nomea¬do por ordem do imperador. Justiniano concordou finalmente com o ponto de vista de Teodora - de que não se podia destruir o monofisismo, e procurou acalmar seus adeptos redigindo um documento de teologia imperial conhecido pelo nome de Três Capítulos. Chamou Virgílio a Constantinopla e pediu.lhe que subscrevesse o docu¬mento. Virgílio, embora relutante, anuiu em fazê•lo. Foi o bastante para que o clero catól1co africano o excomungasse (550). Virgílio anulou sua anuência e foi exilado por Justiniano para um rochedo no Proconeso. Novamente concordou com o documento, obtendo permissão para voltar para Roma, porém morreu durante a viagem (555).Ja¬mais um imperador fizera assim abertamente ta s tentativas para dominar o papado. Justiniano reuniu um concílio ecumênico em Constantinopla (553); poucos foram os bispos ocidentais que a ele compareceram. Aprovaram as fórmulas do imperador, mas a Igreja ocidental as repeliu, e os cristãos do Oriente e Ocidente novamente se dividiram, e assim permaneceram durante um século.”
553 – Concílio em Constantinopla;
Condena os ‘três capítulos’ de Justiniano e confirma o concílio anterior;
O fim de Justiniano;
Rejeição de sua teologia por parte da Igreja o deixa desanimado;
Morte de Teodora abala o imperador;
Calamidades tomam o Império;
Cito Durant, Idade da Fé:
“(...) abateu-lhe a coragem, o espírito e as forças. Estava então com 65 anos, enfraquecido pelo ascetismo e intermitentes cri¬ses. Deixara a direção do governo a seus subalternos, negligenciara-se das defesas que lhe custara tanto construir e dedicara-se à teologia. Uma série de catástrofes obscure¬ceuosúltimos 16 anos l)e sua vida. Os terremotos eram freqüentes no reino e des¬truíram uma dezena de cidades, cuja reconstrução constituiu verdadeira sangria no tesouro. Em 542 surgira a peste com todos os seuS horrores; em 556 irrompeu a fome e, em 558, novamente a peste, Em 559, os hunos de Kotrigur atravessaram o Danúbio, saquearam a Mésia e a Trácia, fizeram milhares de prisioneiros, violaram matronas, virgens e freiras, atiraram aos cães as crianças que as mulheres haviam dado à luz durante a sua marcha, e avançaram rumo às muralhas de Constantinopla”


590 – PAPA GREGÓRIO

Quando jovem foi prefeito de Roma, mas renunciou;
Tornou-se monge; Depois Abade;
Era um homem humilde;
Contra sua vontade foi escolhido unanimemente como novo Papa;
Contornou conflitos e invasões à cidade de Roma;
Valorizava o papel do clero enquanto pastorado;
Cito Curtis:
“Gregório, porém, não tinha ambi¬ções polí íticas. Seus interesses eram espirituais. Extremamente preocupa¬do com o cuidado pastora], insistia em que o clero visse a si mesmo como um grupo de pastores e servos do rebanho. Dizia que era "servo dos servos de Deus", e sua obra intitulada Livro do cuidado pastoral - um estu¬do maravilhosamente criterioso sobre as provações espirituais das pessoas e a maneira pela qual o clero deveria lidar com elas - tornou-se uma es¬pécie de livro-texto ministerial da Idade Média.”
Valorizou em seu discurso o sobrenatural dos santos;
Cito Curtis:
“Outra obra sua, Diálogos, foi a primeira tentativa de hagíografia - bio¬grafia dos santos - que enfatizava o fantástico e o miraculoso, o que aca¬bou por transformar os santos em uma espécie de super-heróis da épo¬ca. Durante seu papada, a veneração de partes do corpo, de roupas e de outros pertences dos santos foi en¬corajada, e isso viria a se transformar em uma das marcas da piedade medieval. Por vários séculos, nenhuma igreja poderia se estabelecer se não tivesse alguma relíquia de um santo para ser colocada nela.”
Pregou a idéia grega da existência de um purgatório:
Cito Curtis:
“Embora Gregório não afirmasse ser teólogo, algumas de suas crenças se tornaram essenciais para a teolo¬gia católica. Ele acreditava no purga¬tório e ensinava que as missas cele¬bradas a favor dos mortos poderiam aliviar as dores dos que estavam na¬quele local. Além disso, ajudou a po¬pularizar o ensino de Dionísio Areo¬pagita, que escreveu sobre diversas categorias de anjos. Depois de Gre¬gório, essas idéias se tornariam gran¬demente aceitas.”
Cito Anglin:
“ Apesar do zelo dos missionários nessa época, as trevas aumentaram por todos os lados, e o poder corruptor de Roma aumentou também de uma maneira assustadora. A simplicidade do culto cristão estava sempre sofrendo contínuas inovações, e várias doutrinas de caráter duvido¬so tinham invadido a igreja. Foi no tempo de Gregório que a abominável idéia do Purgatório foi primeiramente discutida. Ele próprio falou de "purificação por meio de fogo, como sendo um fato decidido", mal pensando que esta fic¬ção pagã. hávia de ser mais tarde o pretexto da venda de in¬dulgências. Ainda assim as suas idéias sobre o assunto eram apenas vagas, quase tão vagas como, na verdade eram as especulações de Agostinho, que foi o primeiro a lembrar a doutrina de um estado médio. Mesmo presente¬mente há muita incerteza entre os escritores romanos sobre este assunto; e as visões do Purgatório com que, como dizem, têm sido de tempos a tempos favorecidos os monges e padres, são extraordinariamente contraditórias. Contudo, só na Idade Média, nesse tempo tão supersticio¬so, é que essas histórias absurdas espalharam-se entre os crédulos”
Incentivou missões cristãs por muitos lugares, principalmente pela Grã-bretanha;



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