Cristianismo
Subsídio para EBD: Sofonias - O juízo vindouro
Sofonias, cujo nome significa “escondido pelo Senhor”, destinou sua mensagem ao povo de Judá, a fim de despertá-lo para o julgamento vindouro, e, ao mesmo tempo, convidarem a retornar para o Senhor. Essa mensagem foi proferida por volta de 640 a 621 a. C., quando foram iniciadas as grandes reformas de Josias. Naquele tempo esse monarca judeu se esforçou para modificar a situação deixada pelos reis anteriores, especialmente Manassés e Amom. Josias tinha apenas oito anos de idade quando começou a reinar em Judá. A principal preocupação do jovem rei foi a de despertar o povo para que se conduzisse no propósito de Deus. Seu reino pode ser dividido em três fases: a pré-reforma (640-628 a. C); a reforma propriamente dita (692-622 a. C.); e a pós-reforma (622-609 a. C.). A profecia de Sofonias teve papel fundamental na concretização das reformas espirituais da nação. Este profeta foi contemporâneo de Jeremias e Habacuque, e tal como eles, fez menção ao juízo que sobreviria sobre Judá. Pouco se sabe a seu respeito, apenas, a partir de Sf. 1.1, que se tratava de alguém da linhagem aristocrática, por isso desfrutava de alguns privilégios. Mas ao invés de se acomodar com sua posição, preferiu se posicionar contra a situação moral e religiosa da sua nação. O versículo-chave de Sofonias se encontra em Sf. 2.3: “Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura, sereis escondidos no dia da ira do Senhor”. O livro apresenta a seguinte divisão: 1) O Dia do Senhor (Sf. 1.1-3.8) – o julgamento de Deus sobre a terra (Sf. 1.1-3), o julgamento de Deus sobre Judá (Sf. 1.4-18); o julgamento de Deus para arrependimento (Sf. 2.1-3); o julgamento das nações (Sf. 2.4-15); o julgamento de Jerusalém (Sf. 3.1-7), o julgamento de toda terra (Sf. 3.8); e 2) A Salvação no Dia do Julgamento (Sf. 3.9-20).
A MENSAGEM DE SOFONIAS
O profeta de família nobre recebe do Senhor a incumbência de levar adiante a mensagem de juízo, a fim de revelar que o mundo estaria prestes a ser destruído (Sf. 1.1-3). O Senhor é o Juiz de toda terra, por isso todos serão punidos, a começar por Judá, o primeiro reino a receber o peso da mão de Deus (Sf. 1.4-9). Ele destaca que o Dia do Senhor se aproxima, e que ninguém escapara do Seu julgamento (Sf. 1.10-18). A condição para a salvação é o arrependimento, somente assim o povo será preservado da ira de Deus (Sf. 2.1-3). O juízo virá porque Judá optou pela infidelidade ao Senhor (Sf. 1.4-9), todas as camadas sociais serão punidas, pois todos pecaram (Sf. 1.10-13), e triste será esse Dia, tendo em vista a intensidade dos seus horrores (Sf. 1.14-18). A expressão “Dia do Senhor”, no texto profético, diz respeito ao julgamento de Deus. O cumprimento desse Dia se deu em algumas ocasiões do passado sobre Israel, Judá e outras nações. Mas também tem uma dimensão futura, quando o Senhor, por fim, julgará todas as nações da terra, na batalha do Armagedom (Ap. 16.16). No tempo de Sofonias algumas nações seriam julgadas, dentre elas a Filistia (Sf. 2.4-7), Moabe e Amom (Sf. 2.8-11), Cusi (Sf. 2.12) e a Assíria (Sf. 1.13,14). Apesar do juízo iminente, Jerusalém, no futuro, terá papel fundamental (Ez. 48.35). Durante o cativeiro babilônico, e num período mais a frente, Jerusalém será oprimida (Sf. 3.1-8; Mt. 24.15,16). Deus não quer destruir o Seu povo, o propósito de juízo é conduzi-lo ao arrependimento, a dispersão tem o objetivo de trazê-lo de volta para Ele (Sf. 3.9-20).
CONTEXTO DE HOJE
O mundo perdeu a dimensão do juízo, as pessoas vivem como se não tivessem a quem prestar contas. Uma célebre declaração de um dos personagens de Dostoievski ilustra bem a situação atual. Se Deus não existe, então tudo é permitido, ninguém a temer, até porque a impunidade humana prevalece. Mas a voz de Sofonias ecoa no tempo presente a fim de chamar a atenção para o julgamento vindouro que se aproxima. Deus julgará a idolatria, os deuses do presente século serão destronados. Ao invés de adorarem o Senhor, as pessoas se voltam ao culto às personalidades, principalmente às riquezas materiais. Não podemos, no entanto, esquecer do grande e antigo mandamento, o de que devemos amar somente ao Senhor (Mt. 22.37) e que não podemos ter outro Deus além dEle (Ex. 20.3). Ainda que as pessoas vivam como se Deus não existisse, a verdade é que o juízo virá (Mt. 3.7), os que se distanciam de Deus têm razões para temê-lo, mas não para os que creem e vivem em santidade (II Pe. 3.11,12). Para os incrédulos, o escape, como nos tempos de Sofonias, é o arrependimento, voltar-se para o Senhor, e para Aquele que Ele enviou (Jo. 6.28,29). O Deus que julga as nações executará seu juízo também sobre as pessoas individualmente, por meio dAquele que instituiu como Juiz (Jo. 5.22-30; At. 17.31). Citamos os trechos de um poema clássico para dizer que somos os mestres das nossas almas, capitães do nosso próprio destino. Mas a verdade é que não temos em que nos gloriar, é tolice acharmos que não precisamos de Deus. A exaltação humana resulta em ruína, a Bíblia, e a própria história, assim o revelam (Is. 14.12-15). Devemos vivem em submissão à Palavra de Deus, para sermos achados de acordo com Sua vontade (Mt. 21.33-40).
BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
BAKER, D. W., ALEXANDER, T. D. STURZ, R. J. Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2001.
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com/
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