Ovelhas ou Bodes?
Cristianismo

Ovelhas ou Bodes?



Viver sempre na margem do precipício revela um coração que desconhece o amor de Deus. Existem pessoas que só não pecam porque “Deus não deixa”, já outras não pecam porque amam a Deus e querem sempre estar perto dEle. Existem cães que nunca poderiam andar sem coleira, mas existem outros que são tão amigos que nunca precisariam de coleira porque nunca seriam capazes de se afastarem da presença de seu dono. Entretanto é importante ressaltar que Deus não usa coleiras, pois suas ovelhas não necessitam de tais – elas reconhecem a Sua voz e O seguem!
“Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”
(Romanos 6:15-16)
A graça de Deus não dá margem para uma vida libertina, pelo contrário. Quando o amor de Deus nos alcança, ele nos resgata de nós mesmos e nos convoca à Santidade. O amor de Deus gera o nosso amor a Deus, que nos faz cativos de Cristo. A fidelidade de Deus nos mantém fiéis, por Seu amor. Todo salvo quer se manter distante do seu ex cativeiro, não por medo, por obrigação ou por interesses, mas por amor Àquele que o salvou. Uma vez que Deus não nos salvou NO pecado, mas sim DO pecado e que não apenas somos salvos POR Jesus Cristo mas também PARA Jesus Cristo, toda salvação que não resulta em santificação é uma fraude. É fato que ninguém pode ser justificado por obras ou pela lei, entretanto, isso não faz da graça um pressuposto para o pecado. O Evangelho nos ensina que não compramos a salvação de Deus com boas obras, mas que a salvação produz boas obras e, mais do que isso, que fomos eleitos PARA as boas obras. Apesar de as obras estarem em extremos opostos, quer na religião, quer no evangelho, elas estão presentes. A fé que não resulta em santificação é morta. O amor cumpre os mandamentos e os sobrepõe.
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, 
mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, 
vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou 
a si mesmo por mim.” 
(Gálatas 2:20)
Não raro me deparo com pessoas perguntando se esta ou aquela prática é considerada pecaminosa ou não. Na grande maioria das vezes fico a me perguntar: isso seria uma ovelha ou um bode? Afinal, que interesse teria uma ovelha em saber onde está o pecado? Me parecem pessoas que pretendem andar na permissiva de Deus, no limite da cerca. Na realidade, a ovelha não está interessada no “até onde pode ir”, mas sim no “quanto pode se aproximar e permanecer”. Por isso, para ela pouco importa até onde vai a permissão de Deus, se está perto ou longe o limite onde se estabelece a cerca do Seu pasto; a ovelha está onde estiver o seu Pastor! A ovelha não está concentrada no que é ou não considerado pecado, mas no que realmente é a vontade de Deus.
Algumas pessoas insistem em andar na permissiva de Deus porque não querem abrir mão das suas vontades, querem que elas reinem o máximo possível. Isso demonstra que ainda não confiam no caráter de Deus, no fato de que Ele cuida de nós e tem o melhor para nós. Acham que as suas vontades são melhores do que as vontades de Deus – revelam que ainda não se arrependeram de si mesmas. Entretanto, essa vida é um tanto insegura. Uma vida baseada no homem, que é pó, que não sabe fazer escolhas, que tem o coração desesperadamente corrupto e enganoso, só pode resultar em uma vida de instabilidade, insegurança e queda. Uma vida baseada no homem é um fardo que não suportamos carregar, da qual só Cristo pode nos libertar! Fazendo assim você andará em uma corda bamba a todo momento, além de revelar um coração que não anda em sinceridade para com Deus. Basta uma distração e você estará no território adversário tentando justificar as suas concupiscências. E pior: pedindo para Deus dar um “jeitinho” na sua bagunça.
“E quem não toma a sua cruze não segue após mim, não é 
digno de mim.”
(Mateus 10:38)
Alguns, ainda, parecem estar no “pasto dos preceitos de Deus” por obrigação, por status, por medo ou por algum outro interesse que não é propriamente o Pastor. Isso justifica o motivo de nunca terem encontrado descanso ou se alimentado dos pastos verdejantes. Não descansam no aprisco porque estão sempre distantes. Aqueles que estão nesse meio, sem ser por causa do Pastor em Si, não passam de religiosos. Na realidade, nunca conheceram o Pastor ou tiveram com Ele relacionamento. Apesar de andarem pelos pastos ao redor, onde esporadicamente passam algumas ovelhas, nunca tiveram contato direto com o Pastor dessas ovelhas, que as mantém. Se tivessem ao menos conhecido o olhar do Pastor, nunca mais cogitariam a possibilidade de se afastar dEle, mesmo que ainda para dentro das Suas cercas. Não aceitariam habitar e não suportariam estar em outro lugar senão no centro da Sua vontade!
As ovelhas de Cristo, apesar de vez ou outra passarem por pastos distantes (porque não são perfeitas), não suportam habitar nestes pastos porque sentem falta do Pastor, estão ligadas a Ele perpetuamente e eternamente de forma que são incapazes de serem arrebatadas de Suas mãos. As ovelhas têm um clamor interno, vindo da própria natureza de Deus que receberam ao terem nascido do Reino de Deus e para ele, que não as permite manter distancia da santidade, mas que as torna totalmente dependentes do Seu Pastor e da misericórdia do Mesmo.
“Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e da 
mesma maneira também o que é chamado 
sendo livre, servo é de Cristo.” 
(1 Coríntios 7:22)
A liberdade está em ser cativo de Cristo. Não como por coleiras, mas pelo amor de Deus!
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Amanda M. Ortega



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