O objetivo supremo dos decretos de Deus, como de tudo o mais no universo, é a glória do mesmo Deus. O ensino da Bíblia a este respeito é claro como a luz meridiana.
1) A glória de Deus é a mais alta finalidade da criação, conforme a expressão de todos os remidos no seu hino celestial de louvor:
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
“Tão certo como eu vivo, toda a terra se encherá da glória do Senhor” (Nm 14:21).
“Santo, santo, santo é o Senhor cios Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:3).
“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19:1).
A Bíblia ensina que tudo foi criado por Deus e para Ele, isto é, para sua glória e para seu prazer. (Veja-se Cl 1:16; Pv 16:4; Rm 11:36).
2) A glória de Deus é o supremo fim de seus decretos, tanto na condenação dos ímpios como na salvação dos eleitos, porque Deus será glorificado não só na salvação de seus filhos, como também na derrota de Satanás e de todos quantos Ele representa.
“Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua. glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9:22-24).
“... Nos predestinou para ele... para louvor da glória de sua graça... predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória” (Ef 1:5,6,11,12; veja-se Ef 3:9,10).
E as cenas descritas no Apocalipse, onde vemos todos os remidos louvando a Deus e a sua glória, mostram que esta finalidade dos decretos de Deus será alcançada plenamente.
3) A glória de Deus é o objetivo de sua providência.
“Por amor de mim, por amor de mim é que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória não a dou a outrem” (Is 48:11).
“O que fiz, porém, foi por amor de meu nome, para que não fosse profanado diante das nações, no meio das quais eles estavam” (Ez 20:9).
4) A glória de Deus foi o alvo da vida e obra de Cristo.
“Glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti... Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17:1,4).
A obra da salvação que Cristo veio realizar não dá ao homem nenhuma oportunidade de jactância ou vangloria. A glória é toda de Deus.
“Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1Co 1:27-31).
“Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8,9).
5) A glória de Deus é o alvo de nossas boas obras.
“Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:16).
“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto” (Jo 15:8).
E, por outro lado, quando os filhos de Deus falham, suas más obras contribuem para a desonra de Deus, como no caso de Davi (2Sm 12:14; veja-se Ne 5:9).
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Fonte: Escolhidos em Cristo – O Que de Fato a Bíblia Ensina Sobre a Predestinação, Samuel Falcão, Ed. Cultura Cristã, 1997, pág. 76-78.
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