O Centenário da Congregação Cristã no Brasil
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O Centenário da Congregação Cristã no Brasil





Nos 100 anos do movimento pentecostal no Brasil, além da Assembléia de Deus, outra denominação também está se tornando centenária. Foi num casebre na pequena Santo Antônio da Platina, no interior do Paraná, que há exatos cem anos, nasceu aquela que hoje é – embora ainda bastante desconhecida – a segunda maior igreja pentecostal do país. Fruto do pioneirismo espiritual de um imigrante italiano, a Congregação Cristã no Brasil (CCB), cresceu sem alarde, pregando uma mensagem de viés ortodoxo e sem fazer propaganda de si mesma.
Segundo dados do Censo realizado em 2000 (as informações deste ano ainda não estão prontas), a denominação já tem 2,5 milhões de fiéis, número expressivo mesmo no contexto brasileiro. Em estimativas extra-oficiais, fala-se em 4 milhões de membros hoje. Seus 18 mil templos, com arquitetura característica, espalham-se por todo o território nacional e, segundo dados próprios, a igreja está presente em 60 países, inclusive Egito, Japão, e a ainda fechada China.
Mesmo depois de tanto tempo e apesar de seu gigantismo, bastante gente ainda desconfia da Congregação Cristã (CCB) e até a tacha como seita. Muito, evidentemente, por causa do isolamento da igreja em relação às demais denominações evangélicas. Embora não digam com todas as letras, seus membros costumam se referir à igreja como a única correta. Sectarismo à parte, como explicar que uma organização religiosa que rejeita métodos modernos de divulgação, não utiliza rádio ou televisão, não produz nenhum tipo de publicação além dos seus pontos de fé e seu hinário e não realiza cruzadas ou pregações em lugares públicos, tenha se expandido dessa maneira? Para seus líderes, não existe outra explicação, senão a benção de Deus.
O fundador da CCB, o ítalo-americano Luigi (ou Louis) Francescon, nasceu um Udine na Itália, em uma família católica. Converteu-se na igreja ao presbiteriana aos 26 anos, já nos Estados Unidos. Em Chicago, passou a se reunir com um grupo ligado ao movimento Holiness e, em 1907, abraçou a fé avivada na igreja do pastor William Durham. Foi Durham que mais tarde, também influenciaria Daniel Berg e Gunnar Vingren, os fundadores da Assembléia de Deus – a gigante pentecostal surgida em Belém do Pará em 1911 e que anos depois se tornaria a maior igreja evangélica brasileira.
Como a igreja rejeita todo tipo de propaganda além das pregações nos cultos e do evangelismo pessoal, acaba se dando melhor em cidades menores, nos quais a via familiar de divulgação funciona mais. Nas grandes metrópoles, mesmo com seus belíssimos e espaçosos templos, seu crescimento nos últimos tempos é bem menor, se comparado com outras denominações pentecostais e neopentecostais.
A igreja não tem a figura do pastor. Quem exerce a liderança espiritual são os anciãos, cargo a que apenas homens de certa idade têm acesso, e pelo qual não recebem remuneração. Na sede da denominação no Brás, em São Paulo, há quatro anciãos, mas o líder principal é Jorge Cury. Norival Marques, um dos quatro anciãos do Brás, sem aceitar conceder uma entrevista, conversou informalmente com a reportagem da Revista Cristianismo Hoje.
O culto se desenvolve num ambiente sóbrio, com mulheres com seus véus e sais recatadas, à direita e homens ( a maioria de terno), à esquerda do templo. O destaque dado ao louvor musical transformou a igreja nos últimos tempos, em um dos principais celeiros de talentos de música clássica no Brasil. Além das canções congregacionais, entoadas por todos, os testemunhos são destaque no culto. Não há preparação para ministrar o sermão. Tanto a revelação de quem será o mensageiro, quanto a inspiração para a mensagem são, segundo os congregacionalistas, dadas por Deus na hora. Por isso todos os crentes são incentivados a buscar a direção divina em qualquer assunto.
Atencioso, Norival explicou alguns aspectos da CCB. Ele confirma a rejeição da igreja às coisas mundanas, inclusive a literatura. “Outras luzes não queremos”, frisa. Sobre o centenário, ressaltou a importância da história, mesmo assim, a CCB não terá nenhuma comemoração ou evento especial. “Fomos chamados para anunciar a mensagem de Jesus e todos os nossos esforços estão canalizados nisso. Essa é a melhor maneira que encontramos para agradecer ao Senhor pelo centenário da obra, e mais uma vez, mostrar a diferença da Congregação Cristã’, encerra Norival.
Fonte: Cristianismo Hoje



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