Comentários de Lucas 2
Cristianismo

Comentários de Lucas 2


_________________________________________________________________

Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação.
_________________________________________________________________


1. E aconteceu naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, que todo o império se registrasse.
2. (Este registro foi feita pela primeira vez sendo Cirênio o governador da Síria.)
3. E iam todos para se registrarem, cada qual à sua própria cidade.
4. E José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré à Judeia, à cidade de Davi, que se chama Belém; (porque [ele] era da casa e família de Davi.)
5. Para se registrar com Maria sua mulher, com ele desposada, a qual estava grávida.
6. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias do seu parto.
7. E ela gerou a seu filho, o primogênito, e o envolveu em panos, e o deitou em uma manjedoura; porque não havia lugar para eles no lugar onde iriam se hospedar.
8. E havia pastores naquela mesma localidade, que estavam no campo, e guardavam as vigias da noite sobre seu rebanho.
9. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor lhes resplandeceu, e temeram com grande temor.
10. E o anjo lhes disse: 
Não temais; porque eis que vos dou boas notícias de grande alegria, que será para todo o povo;
11. Que hoje vos é nascido o Salvador, que é Cristo o Senhor, na cidade de Davi.
12. E isto vos será [por] sinal: achareis ao menino envolto em panos, [e] deitado em uma manjedoura.
13. E no mesmo instante houve com o anjo uma multidão de exércitos celestiais, que louvavam a Deus, e diziam:
14. Glória nas alturas a Deus, paz na terra, [e] aos seres humanos boa vontade.
15. E aconteceu que, quando os anjos se partiram deles para o céu, os pastores disseram uns aos outros: 
Passemos pois até Belém, e vejamos isto que aconteceu, e o Senhor nos informou.
16. E vieram apressadamente, e acharam a Maria, e a José, e ao menino deitado na manjedoura.
17. E vendo[-o], contaram a palavra que lhes havia sido dita sobre o menino.
18. E todos os que a ouviram, se maravilharam do que os pastores lhes diziam.
19. Mas Maria guardava todas estas palavras, conferindo[-as] em seu coração.
20. E os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus, por todas as coisas que tinham ouvido e visto; [exatamente] como lhes havia sido dito.
21. E cumpridos os oito dias, para circuncidar ao menino, foi seu nome chamado Jesus; o qual lhe foi posto pelo anjo, antes que fosse concebido no ventre.
22. E cumprindo-se os dias de purificação dela, segundo a Lei de Moisés, o trouxeram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.
23. (Como está escrito na Lei do Senhor: 
Todo macho que for o primeiro no ventre da mãe será chamado santo ao Senhor.)
24. E para darem a oferta, segundo o que está dito na Lei do Senhor, um par de rolas, ou dois pombinhos.
25. E eis que havia um homem em Jerusalém, cujo nome era Simeão; e este homem era justo, e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26. E lhe fora revelado pelo Espírito Santo, que não veria a morte, antes que visse ao Cristo do Senhor.
27. E veio pelo Espírito ao Templo; e quando os pais levaram para dentro ao menino Jesus, para com ele fazerem segundo o costume da Lei;
28. Então ele o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29. Agora despedes, Senhor, em paz a teu servo, segundo a tua palavra;
30. Pois meus olhos já têm visto tua salvação.
31. A qual preparaste perante a face de todos os povos.
32. Luz para iluminação dos gentios, e para glória de teu povo Israel.
33. E José e sua mãe se maravilharam das coisas que se diziam sobre ele.
34. E Simeão os abençoou, e disse a sua mãe Maria: 
Eis que este é posto para queda e levantamento de muitos em Israel; e para sinal que falarão contra ele,
35. (E também uma espada traspassará tua própria alma) para que de muitos corações se manifestem os pensamentos.
36. E estava ali Ana, profetisa, filha de Fanuel da tribo de Aser. Esta já tinha grande idade, e havia vivido com [seu] marido sete anos desde sua virgindade.
37. E era viúva de quase oitenta e quatro anos, e não deixava o Templo em jejuns, e orações, servindo [a Deus] de noite e de dia.
38. E esta, vindo esta na mesma hora, agradecia ao Senhor, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
39. E quando acabaram de cumprir todas as coisas, segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para sua cidade de Nazaré.
40. E o menino crescia, e era fortalecido em espírito, e cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41. E seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa.
42. E sendo [Jesus] já de doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa;
43. E já acabados aqueles dias, voltando eles, o menino Jesus ficou em Jerusalém sem que José e sua mãe o soubessem.
44. Porém pensando eles, que vinha pelo caminho por entre a multidão, andaram caminho de um dia; e buscavam-no entre os parentes, e entre os conhecidos.
45. E como não o acharam, voltaram em busca dele a Jerusalém.
46. E aconteceu que, depois de três dias, o acharam no Templo, sentado no meio dos mestres, ouvindo-os, e perguntando-lhes.
47. E todos os que o ouviam se admiravam de seu entendimento e respostas;
48. E eles, vendo-o se espantaram; e disse-lhe sua mãe: 
Filho, por que fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu com ansiedade te buscávamos.
49. E ele lhes disse: 
Por que me buscáveis? Não sabeis que devo estar nos negócios de meu Pai?
50. E eles não entenderam as palavras que lhes dizia.
51. E desceu com eles, e veio a Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.
52. E Jesus crescia em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e as pessoas.



2.7 primogênito. V. nota em Mt.1:25. deitou em uma manjedoura. O local mais humilde que alguém poderia nascer naquela época. A manjedoura era o local onde se colocava a comida dos animais, e a tradição cristã afirma que se localizava em uma caverna. Ao se tornar humano, Deus deliberadamente decidiu nascer e viver de forma pobre e humilde, ao invés de uma vida repleta de luxo e de regalias.

2.24 dois pombinhos. Outra evidência neotestamentária de que Maria não se considerava imaculada, mas se via como pecadora, assim como todos os demais seres humanos. José e Maria sacrificaram diante do Senhor “um par de pombinhos” pelos pecados de Maria. Pela lei era desta maneira que era expiada a iniquidade da mulher que tinha dado à luz: "E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação, seja por filho ou por filha, trará um cordeiro de um ano para holocausto, e um pombinho ou uma rola para oferta pelo pecado, à porta da tenda da revelação, ao sacerdote, o qual o oferecerá perante o Senhor, e fará, expiação por ela; então ela será limpa do fluxo do seu sangue. Esta é a lei da que der à luz menino ou menina. Mas, se as suas posses não bastarem para um cordeiro, então tomará duas rolas, ou dois pombinhos: um para o holocausto e outro para a oferta pelo pecado; assim o sacerdote fará expiação por ela, e ela será limpa" (Lv.2:6-8). Se Maria fosse imaculada, o único sacrifício necessário seria o de um pombinho para o holocausto, mas nunca do outro, que era pelos pecados. O texto também nos mostra que a família de Jesus era pobre, pois o comum era o sacrifício de um cordeiro e de um pombinho, e somente se a família fosse muito pobre era permitido que fossem dois pombinhos, o que aconteceu com a família de Jesus.

2.33 José e sua mãe se maravilharam. Porque até então apenas pensavam que Jesus seria a salvação para Israel, e não também para os gentios, como disse Simeão (v.32). A missão de Jesus como o Messias era muito mais profunda do que qualquer judeu do primeiro século imaginava.

2.35 uma espada transpassará tua própria alma. Maria sentiria a dor e a agonia de perder um filho querido.

2.51 e era-lhes sujeito. Um acréscimo necessário feito por Lucas para que ninguém pensasse que Jesus desonrava seus pais, pelo fato de ter respondido daquela maneira nos versos anteriores (v.49). Jesus naquela idade já tinha consciência de sua missão na terra e dava prioridade às coisas do Pai dos céus acima das coisas dos pais terrenos, mas isso não significa que ele os desobedecia. A obediência aos pais era o quinto mandamento (Mt.15:4), e Jesus não o quebrou.

2.52 crescia em sabedoria. Jesus se limitou como homem às condições humanas, e não lançou mão de qualquer atributo da divindade enquanto esteve entre nós. Embora pudesse escolher já ter nascido com toda a ciência e toda a sabedoria, ele preferiu nascer da mesma forma que os demais seres humanos, crescendo em sabedoria na medida em que os tempos se passavam e ele ganhava maturidade.



loading...

- Comentários De Lucas 24
_________________________________________________________________ Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação._________________________________________________________________...

- Comentários De Lucas 1
_________________________________________________________________ Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação._________________________________________________________________...

- Comentários De Marcos 15
_________________________________________________________________ Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação._________________________________________________________________...

- Comentário De Mateus 1
_________________________________________________________________ Este capítulo faz parte da obra: “O Novo Testamento Comentado”, de autoria de Lucas Banzoli e de livre divulgação._________________________________________________________________...

- Subsídio Para Ebd - O Nascimento De Jesus
 Um Judeu MarginalA narrativa do nascimento de Jesus feita por Lucas é o mais detalhado entre os outros evangelhos sinóticos e também o mais bem contextualizado dentro da história. Muito do que foi escrito sobre o propósito de Lucas no capítulo...



Cristianismo








.