Cristianismo
Chorando por Jerusalém: Um Comentário de Lucas 19.41-44
Por Steve Hays
“E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! mas agora isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados, e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação.” (Lucas 19.41-44)
Aqui temos um texto de prova arminiano. A princípio, há duas formas de entender a passagem.
1. A perspectiva de Deus
Nesta visão, a passagem não é apenas uma reflexão do ponto de vista de Cristo, mas o ponto de vista de Deus. Uma janela para a atitude de Deus em direção ao perdido.
Vamos admitir esse entendimento para o desenvolvimento do argumento. O problema é: os Judeus de Jerusalém não eram as únicas pessoas a sofrer ou morrer no cerco e saque de Jerusalém. Muitos soldados romanos foram mutilados ou mortos naquela operação. No entanto, Jesus não chora por eles. Ele não chora pelos agressores.
Talvez você diria que os soldados romanos não têm direito a simpatia. Mas isto é inconsistente com a ênfase arminiana na onibenevolência de Deus.
Além disso, Roma nunca teve um exercito só de voluntários. O exército romano incluía muitos recrutas forçados. Daí há um sentido no qual as vítimas romanas são tão vítimas quanto as vítimas judaicas. E não é como se os judeus caíssem sem luta. Eles levaram vários judeus com eles.
Então, se o texto revela a perspectiva de Deus, ele revela sua preocupação seletiva pelo povo escolhido. Se nós admitirmos a premissa arminiana (isto é, ele reflete a perspectiva de Deus), então ele se torna um texto de prova para a parcialidade do amor divino. Uma premissa arminiana produz uma conclusão calvinista.
2. A perspectiva de Cristo
Nem tudo o que é verdadeiro sobre Deus encarnado (o filho) é verdadeiro sobre Deus desencarnado (o Pai e o Espírito). Devido às duas naturezas de Cristo, algumas coisas serão verdadeiras de Cristo que não serão verdadeiras de Deus enquanto Deus.
Logo, esta passagem pode bem refletir a humanidade de Cristo. Seus sentimentos humanos. Seus afetos humanos. Sua empatia natural por seu próprio povo: o povo judeu. Um senso de solidariedade com seus pais. Sua família estendida.
Você chora quando sua própria mãe morre; você não chora quando toda mãe morre.
A encarnação faz uma diferença: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”
Se, à parte da encarnação, Deus tem a mesma perspectiva, então a encarnação é supérflua— pois a natureza divina pode fazer o “truque” todo por si só. E isto é amplificado pelos arminianos que rejeitam a substituição penal. Neste caso, há ainda menos lógica para a encarnação.
Tradução: Francisco Alison Silva Aquino
Fonte: http://triablogue.blogspot.com.br/2014/07/weeping-for-jerusalem.html
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