Subsídio para EBD - Confrontando os inimigos da cruz de Cristo
Cristianismo

Subsídio para EBD - Confrontando os inimigos da cruz de Cristo



Assisti no Discovery Channel certa ocasião a um documentário sobre a tomada de Edessa pelos cristãos no tempo dos Cruzados. O grito cristão era: Contra os Inimigos da Cruz!—fazendo referencia aos mulçumanos. E me choquei!

Inimigos da Cruz de Cristo é uma frase horrivelmente comovente aos sentidos dos religiosos cristãos.  Dá um sentido de cruzada mesmo. As cruzadas entraram na alma da “igreja” de uma maneira definitiva.
 
Sempre tem uma cruzada! Até o nome diz o que a coisa era. Para defender a Cruz de Cristo só mesmo cruzada neles. Assim, os inimigos da Cruz de Cristo se tornaram os pagãos, os diferentes e os inaceitáveis.
A questão é: Quem eram os inimigos da Cruz de Cristo aos quais Paulo fazia referencia?
Para Paulo o inimigo da Cruz de Cristo não seria o sacerdote pagão — aliás, nos dias dele havia aos milhares, mas ele não fala quase nada do assunto—, mas sempre aquele que tentava duas coisas: fazer-se representante de Deus (como os judeus fanáticos e os cristãos judaizantes) e reduzir as conquistas da Cruz aos condicionantes da lei, dos costumes e dos sistemas de auto-justificação ou mesmo auto-santificação humanos.
Assim, para Paulo, voltando ao documentário do Discovery Channel, o inimigo da Cruz de Cristo não eram os mulçumanos contra os quais os Cruzados se lançavam com fúria religiosamente assassina e devota, mas eles mesmos e, sobretudo, aqueles que em suas mentes haviam feito o signo supremo da Graça se transformar numa devoção ao ideal religioso-político de conquista.
Com esse espírito, como você acha que Paulo enxergaria a história do Cristianismo e também aquilo que em nome de Jesus foi feito e é feito em nossos dias?
Cuidado, ver a vida com os olhos de Paulo pode ser terrivelmente subversivo. Daí ele ter sido tão perseguido pelos legalistas — tantos entre os judeus como entre os falsos irmãos.
Os judaizantes eram inimigos da Cruz de Cristo(e como eles, todos os legalistas!), mas os pseudo-apóstolos modernos também o são.
Nos dias de Paulo houve aqueles que tentaram apanhar os ensinos do Evangelho da Graça e transformá-los em libertinagem. Com relação a esses tais, Paulo diz que também são inimigos da Cruz. São os que julgam que a Cruz é uma licença para matar, e que nela temos o descanso para vivermos conforme as inclinações de nossa carne, nossa torpe disposição mental, e um andar de mundano proceder. A Graça de Deus também implica em viver em Justiça e Verdade, conforme o Evangelho!

O maior problema de Paulo quanto a exercer seu ministério entre os gentios, foram os que quase creram na Graça de Jesus! A maioria de nós sabe disso. Basta ler o livro de Atos ou as epístolas de Paulo e não haverá duvida quanto a afirmação que acabei de fazer. O problema é que os judeus já não são mais o problema da evangelização, mas os cristãos.

A questão é que na maioria das vezes, onde se lê, negativamente, “judeu” ou “fariseu”, dever-se-ia ler “legalista”, “moralista”, “auto-suficiente”, e seus pretensos elementos de auto-justificação, fundados na presunção humana de agradar a Deus por seus próprios méritos!

Quem, sinceramente, não percebe que nós somos hoje, na maior parte dos casos, a repetição dos mesmos conteúdos humanos e espirituais contra os quais Jesus, os profetas, Paulo, os apóstolos e a Palavra se insurgem nas Escrituras?

Hoje as pessoas se convertem à “igreja”, não à Cristo! É por esta razão que os conteúdos do Evangelho da Graça estão tão adulterados entre nós. E pior: não enxergamos nada disso, pois, à semelhança deles — os judeus, os fariseus, os cristãos judaizantes, nossos sentidos também estão “embotados”.

A Graça é hoje a mais escandalosa de todas as mensagens cristãs! Os conteúdos do Novo Testamento foram adulterados por um “outro evangelho”, que usa os termos de sempre, mas nega, na prática, seus conteúdos inegociáveis e eternos!

Por exemplo, para Paulo, “lutar juntos pela fé evangélica” significava não fazer concessões que adulterassem os conteúdos do Evangelho da Graça de Deus!

Hoje, todavia, isto significa nos unirmos contra os que não nos aceitam como os “representantes” de Cristo na Terra!
Ora, neste sentido, com as conotações que a palavra “evangélico” carrega entre nós, Paulo já não a usaria, pois, nossa prática relacional nega aquilo que ele entendia como evangelho; e nossos conteúdos, falsificam ainda mais o significado original da mensagem à qual ele fazia referência.

Pior do que isto, entretanto, é saber que Paulo, por exemplo, não nos reconheceria como cristãos, mas como pagãos não convertidos ao Evangelho da Graça de Deus! Por muito menos ele escreveu aos Galatas e aos Coríntios temendo haver corrido em vão!

Mas e se ele estivesse presente num ano eleitoral no Brasil? Se visse e soubesse de todas as negociações de almas-votos que são feitas em Nome de Jesus? Se visse “cristãos” curvados aos ídolos visíveis e invisíveis, cultuando imagens, que vão das de barro e gesso à imagem como reputação ou, marketeiramente, apenas como “imagem”?
E se assistisse pela televisão a venda de todos os significados cristãos na forma de crença em objetos de energia espiritual pagã? E se visitasse uma “igreja” e assistisse filas de pessoas para andarem sobre sal grosso, ou para mergulharem em águas tonificadas do Jordão e a passarem pela Cruz de Jesus, que nesse caso é iluminada com neon e não passa de um tapume religioso extremamente brega a fim de ganharem um carro zero, como pagamento pela sua crença? E se ele soubesse agora que a fé é um sacrifício que se expressa como dízimos, como troca de bênçãos por dinheiro, de cura pelo sacrifício de longas novenas e correntes, que só não são “quebradas” se a pessoa não deixar de largar sempre algum dinheiro no altar-bolso dos pastores?

O escritor de Hebreus diria que estão brincando com fogo ardente e consumidor e crucificando o Filho de Deus não apenas uma segunda vez, mas todos os dias—fazendo Dele um produto de barganha, mágica e fetichismo, e que leva as pessoas não à Jesus, mas sim à “sessão”, pois, também segundo os mesmos “pastores”, Deus só fala no lugar onde eles, os pastores, estão com a sacola na mão!

E se Paulo nos visitasse? que epístola nos escreveria? Será que a escreveria? Será que não nos trataria como o fez com as “sinagogas” durante a sua vida?

Ou seja: sendo acolhido e sendo-lhe dada a palavra, ficava até ser expulso, para depois disso abrir uma nova porta à Palavra, mesmo que fosse na casa vizinha, como foi no caso de Corinto!?
 





 

 



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